Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Tchau à Chupeta!

Fiquei pensando quando se deve retirar a chupeta e como? Primeiramente acredito que com a chegada dos três anos de idade ou até quem sabe, um pouco antes,  é um bom momento da criança abandonar este amuleto de segurança e conforto. Vejo determinadas crianças maiores que  se utilizam desta válvula de escape como um refúgio à frustração, concomitantemente com o conluio dos pais também frustrados e cansados de ouvir  choros e berros.


Mas a visão de uma criança maior usando chupeta é esquisito para quem está de fora da situação, pois o comum, o usual, é associar a chupeta com o bebê. E realmente tem todo um sentido nisto. A chupeta é de grande valia e apoio nestes primeiros meses e ano da criança, e dos pais também. Mas com o passar do tempo, com o crescimento e amadurecimento da criança, a chupeta torna-se uma vilã, uma "bengala", um "cigarro", este  sendo  o resquício da chupeta, de um retorno à fase oral do bebê no adulto.

Mas deixando este argumento para depois, na verdade a retirada da chupeta é um momento importante tanto à criança quanto aos pais. Lógico que mais uma vez a individualidade, a personalidade de cada criança determinará também como será este processo, sendo fácil e tranquilo, ou difícil e amargo.

A princípio acreditei que contar uma história "amendrontadora" do uso da chupeta repercutiria bem e ajudaria a criança a  perder o interesse devido ao medo. Assim como ameaçando que se tornará "dentuça" com o uso contínuo da chupeta. Até pode ter fundamento na história, mas será mesmo tão aterrorizante isto??? E a nossa história em quadrinho da Turma da Mônica, onde esta é dentuça? Alguém a repudia por ser dentuça, ou tem medo dela por isto, ou até é feia? Acredito que não!!


Será que o caminho é proporcionar o medo na criança, além já dos tantos que naturalmente enfrenta no decorrer do seu desenvolvimento, e precisa lidar? Foi aí que pensei de outra maneira. Na questão referente à uma  escolha, ou  troca. A vida é percorrida por escolhas que precisamos fazer para atingir algum objetivo, para crescermos. Escolha de ter o nosso próprio espaço, sendo assim, necessário abrir mão do espaço conhecido, do lar protegido e aconchegante dos nossos pais. Ou então o seu oposto, permanecendo no ambiente maternal abrindo mão em desbravar certos mundos e horizontes desconhecidos.


Portanto, seguindo esta linha de raciocínio, acreditei ser melhor recorrer ao uso desta escolha, ou troca, como preferir. Sendo por exemplo;  vamos entregar a chupeta à fada, ou ao coelho da páscoa, ou ao Papai Noel, enfim, a  alguém simbólico, e em troca, você ganhará um lindo presente, ou um ovo gostoso que esta "figura simbólica" deixará para você. Assim como continuará enfrentando no decorrer de sua vida e crescimento, as tomadas de escolhas e decisões, visando perspectivas mais convenientes e melhores para sua vida.

Bingo!!! Retiro a chupeta, ao mesmo tempo que já ajudo a criança a se preparar a crescer e enfrentar escolhas, tomando decisões, avaliando as perdas e ganhos que adquirirá ao bem estar e qualidade de vida. Afinal de contas não se pode ter tudo que queremos, até podemos sonhar com este estado de coisas, mas na realidade, abrimos mão de coisas em visando obter ganho de outras.