Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Negação:

A negação é considerada um mecanismo de defesa para a psicanálise, assim como existem outros mecanismos que o nosso aparelho mental recorre contra uma idéia reprimida que se impulsiona para o consciente. Portanto nos deparamos com vários exemplos de negação na vida diária cotidiana.


Um deles muito utilizado por pessoas que estão com restrição alimentar pela necessidade de perda de peso ou doença orgânica, como diabete, hipertensão, que no decorrer do processo burlam a dieta com um doce, ou  ingestão maior de sal, ou gordura, com a seguinte afirmação: " A vontade engorda mais se não satisfeita, portanto é melhor comer o doce.", ou então: "O que não mata, engorda.".


Nestes casos, negamos para conseguirmos satisfazer os nossos desejos e impulsos sem tanta culpa consciente. Mas existem outras formas de negação, como em situações de conflito na relação interpessoal que atribuímos a responsabilidade do mal estar no outro, ou na sociedade, ou na política, sendo simples figurantes na participação da nossa história. Esta forma de funcionar nos paraliza, nos vitimiza diante da frustração, impossibilitando a busca de uma solução e melhora do sofrimento, ou seja, acreditamos que nada há de fazer. Então morremos!!


Morremos para a vida, para a saúde, para a mudança, para nós, já que não possuímos poder sobre o mal que nos aflinge mudando o percurso de destino "inevitável" ou "já escrito, traçado", então esperamos este destino inevitável chegar que é a morte. Esta não há como reverter, não se pode retornar das cinzas, sair da sepultura, e está realmente fadada a acontecer, está predestinada e ponto.


Freud no texto "A Negativa" que se traduz como a negação, em sua época forneceu, em nota de rodapé, um bom exemplo de negação que observamos nos dias atuais: "O mesmo processo está na raiz da conhecida superstição de que gabar-se é perigoso. ""Que bom não ter tido nenhuma de minhas dores de cabeça durante tanto tempo."" Contudo, isso deveras constitui o primeiro anúncio de uma crise, a cuja aproximação o indivíduo já está sensível, embora ainda não esteja disposto a acreditar nela."


 Existem mães que negam uma dificuldade mental no filho, ou um desvio de conduta, ou de comportamento, opção sexual, e por aí continua. Há um ganho em negar, mas há também uma perda, um prejuízo ileso até o mais danoso para a vida da própria pessoa que nega, e de seus entes, amigos, do seu mundo que a rodeia. No caso destas mães há um prejuízo principal para os seus filhos já que negam o recurso de uma ajuda, de um apoio em prol da saúde e bem estar.


A negação, como já mencionada em outra postagem, colabora para o surgimento de agressões, violências, conflitos, como o bullying ocorrido nas ecolas. Pode ser um mal estar individual, assim como, familiar e social, dependendo da situação, assim como do comportamento do indivíduo que nega.


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