Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PSICANÁLISE PARA TODOS: O Ser Narcisista:

PSICANÁLISE PARA TODOS: O Ser Narcisista:: Escutei de uma profissional da área que a pessoa narcisista se considera a melhor em relação as demais, contando uma gama de vantagens e êxi...

O Ser Narcisista:

Escutei de uma profissional da área que a pessoa narcisista se considera a melhor em relação as demais, contando uma gama de vantagens e êxitos, sendo que na verdade ela possui um complexo de inferioridade.

Esta afirmação abalou profundamente o meu aspecto "narcisista"!!!!! Logo pensei: -"Ela não se lembra do mito de narciso? Como assim ele então era narcisista com um complexo de inferioridade??? Como ele morreu na água por se apaixonar pela sua própria imagem refletida?? Onde estava a inferioridade??" Narciso era realmente apaixonado por ele próprio!!! Não havia inferioridade nenhuma, pois o mundo, os seus interesses eram restritos a ele próprio. Na verdade, o mundo externo não existia, apenas a sua realidade interna, o seu próprio mundo.


E assim acontece com a psicose, pois o psicótico é narcísico, a realidade que vive é a sua própria, o contato, a interação que estabelece é com o seu próprio mundo interno de fantasias. Não há um sentimento de inferioridade em relação com o outro, já que não há o outro, apenas o "eu". Esta destinção do "eu" e do "outro" ocorre num desenvolvimento normal psíquico da criança.


Quando há esta distinção, então pode haver um dito "complexo de inferioridade", já que há uma comparação, um reconhecimento e portanto, uma relação com o meio externo, com um outro ser do meu relacionamento, do meu convívio social. Na verdade é uma defesa, uma reação contra a um sentimento que me pertence, me deixando mal, provocando um sofrimento, e que portanto desejo negá-lo, fingindo para mim mesmo que não o possuo, agindo de forma oposta.


Portanto, sou bonito mesmo, sou lindo, ótimo, maravilhoso profissional, amigo, companheiro, marido, pai, filho, e assim por diante. Buscando sempre esta necessidade de reafirmação do bom, do perfeito, camuflando o ruim, o imperfeito que na verdade acredito ser.


Vulgarmente, percebemos estes indivíduos como narcísicos, por considerarmos seres egoístas, egocêntricos. Mas na verdade narciso não era egoísta neste sentido vulgar da palavra. Ele somente não reconhecia o mundo externo, apenas o seu próprio. Ele não reconhecia a existência de um outro ser além dele mesmo, levando-o a uma não existência da vida, pois somos seres sociais, dependentes do outro, e portanto sem isto, não conseguimos viver, morremos.