Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Qual a Contribuição da Psicanálise no Ser Mãe?

Por ser a Psicanálise uma terapia do inconsciente, vem a enriquecer e ampliar a nossa visão enquanto sujeito pertencente e participativo de uma sociedade, de um mundo. Uma abordagem voltada à compreensão da existência de um mundo subjetivo, composto por emoções, sentimentos, pensamentos, sonhos, comportamentos, percepções, interagindo concomitantemente com o somático, ou seja, o corpo e a mente em parceria constante na direção da vida humana.


No lidar com a criança pequena que ainda não usa a linguagem como meio de comunicação, recorre à intuição, à sensibilidade, ao bom senso, ou até a "eliminação", mas o fundamental será a qualidade da relação estabelecida entre os dois sujeitos (mãe e bebê) . Quando a mãe consegue se destacar, ou melhor dizendo, se distingue, se distancia do bebê, entende o motivo do seu sofrimento encontrando solução para apaziguar o mal estar sentido. Caso aquela permaneça retida no vínculo simbiótico, vivenciará por identificação maciça o mesmo desespero, caos e angústia do bebê,  não encontrando meios de solução do rompimento da situação. 


Muitas vezes o pranto desesperado do bebê refere-se ao sentimento de abandono pela figura materna. A mãe saudável conseguirá compreender o sofrimento abarcando a angústia com acolhimento e segurança pelo retorno a sua presença. Cantar uma canção de ninar, acolher no colo, conversar, contar uma história, oferecer amor, são recursos viáveis neste momento, salvo após a eliminação da insatisfação ser decorrente da fome, sono, ou cólica.


Em casos de dor sofrida pelo bebê, o motivo as vezes  pode estar associado a fatores emocionais referidos a esta ausência momentânea da mãe causando uma insegurança e desproteção, que serão manifestados através do choro, como forma de comunicação. Portanto com a ausência da fala, o bebê encontra outros recursos para expressar o seu desejo ao ambiente (mãe), como por exemplo o jogar objeto no chão obrigando a mãe pegar de volta como uma brincadeira, mas também reafirmando a realidade da mãe que se ausenta, mas retorna, com o brincar jogando o peão, ou até mesmo o esconde-esconde; este por sua vez é a brincadeira mais apreciada pelas crianças pequenas.


O corpo muitas das vezes reage ao nosso estado emocional do momento, através de febre, diarréia, constipação, dores, cólicas, falta de apetite, vômitos, dificuldade de dormir. Experimentamos estas situações somáticas com os bebês, que comunicam o que não é dito verbalmente por imaturidade neurológica. Mas ao longo do desenvolvimento a criança manterá esta forma de expressão, juntamente com a fala, já que nem tudo o que é vivido e sentido será comunicado diretamente. Portanto a consciência da mãe pela existência do psique além do corpo, será um grande aliado na condução de um bem estar no lidar com o seu filho.

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