Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sentir Culpa:

A culpa é um sentimento inerente ao ser humano, desde o seu primórdio. O bebê já sente culpa e busca reparar o seu "erro" ou "mal" perante a mãe quando  reaje de forma agressiva a uma repreensão ou frustração oferecendo o seu afeto como uma reparação (a chamada posição depressiva criada pela psicanalista Melaine Kein). Falo dos bebês que o seu instinto de vida, de amor é mais aflorado do que o agressivo, já que outros o  instinto de morte predomina sobre o de vida, ou melhor, a agressividade, o ódio sobressaem ao amor, não recorrendo a reparação para ter novamente o amor da mãe.


A mãe vivencia constantemente uma culpa em relação ao filho; culpa por ele ter se ferido, culpa por ele não dormir à noite, culpa por ser "egoísta" e não dividir os seus brinquedos com outras crianças, culpa por ser hiper ativo, culpa por comer besteira, e continua...., claro que há mães mais culpadas do que outras, e até as "sem culpa nenhuma", ou seja, projetam frequentemente a culpa para fora, dirigindo-a ao pai, a avó, empregada, babá, e outros.


O sentimento de culpa é consequência de um aspecto onipotente,  que nos pertence quando acreditamos ter um poder soberano responsável pelos atos, sentimentos, as imperfeições do outro que está sob nossos cuidados e responsabilidade. Observa-se principalmente em famílias que uma criança apresenta alguma síndrome ou doença hereditária, neste caso culpando algum gene proveniente do pai ou da mãe.


Mas além disto tendemos frequentemente ao recurso da culpa quando algo nos escapou do nosso controle, acarretando um grande pesar, sofrimento e angústia para nós e para os filhos, estes muitas das vezes se apossam da culpa buscando o aliviar do nosso peso, criando um círculo vicioso sem fim. Portanto o manter, a valorização deste sentimento não contribue na tomada de uma decisão ou até de uma solução para o que está afligindo, apenas nos mantém imobilizados, atados no sofrimento e muitas das vezes numa postura vitimizada.


O que resolverá apontar um culpado, o que mudará no já ocorrido, ou estabelecido pelo destino da vida? Se a minha filha está resfriada devido ao sereno da rua por ter passeado comigo, posso então me responsabilizar e me martirizar, ou então tomarei as medidas necessárias em prol do seu restabelecimento, e consequentemente cuidarei para evitar a reinscidência do seu resfriado.


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