Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O Inconsciente:

"A experiência demonstra que um elemento psíquico (uma idéia, por exemplo) não é, via de regra, consciente por um período de tempo prolongado. Pelo contrário, um estado de consciência é,..., muito transitório; uma idéia que é consciente agora não o é mais um momento depois, embora assim possa tornar-se novamente, em certas condições que são facilmente ocasionadas."


"..., a teoria psicanalítica intervém e assevera que a razão pela qual tais idéias não podem tornar-se conscientes é que uma certa força se lhes opõe; que, de outra maneira, se tornariam conscientes,...." ( Sigmund Freud em seu artigo: "O Ego e o Id" (1923)).


Num primeiro momento, Freud se refere a existência do inconsciente no sujeito, além do consciente, ou melhor dizendo, além do que é palpável, visível, acessível por nós. Num outro momento, ele está falando da resistência que mantém as idéias, os desejos retidos, imersos, reprimidos, com difícil acesso pela nossa consciência, ou que são acessados e imediatamente depois, relegados por nós. Estamos falando daquelas sensações ou sentimentos que em alguns momentos sentimos e não sabemos identificá-los, ou alguma memória, ou um sonho desconexo para nós, ou uma atitude estranha, incomum para nós, mas que por algum motivo, por alguma razão nos apossamos.


Enfim, somos regidos por este aparelho mental, consciente/inconsciente, constituído pelo id, ego e superego. Os acontecimentos vividos diariamente, o mundo que captamos visualmente, ou que ouvimos, que cheiramos, ou até sentimos pelo tacto, são o mundo consciente, o estado de vigília. O sonho, os atos falhos, as brincadeiras, como os ditos chistes, os sentimentos, as emoções, enfim, tudo que não se relaciona com o concreto, com o racional, está no inconsciente.


Muitas das vezes, por não entendermos, pela falta de compreensão, de concretude, atribuímos a um outro, a um fora de nós, a responsabilidade por um mal estar, ou uma empatia, ou aversão, uma raiva, uma angústia, que na verdade, ou melhor explicando, no fundo nos pertence. Tendemos a uma explicação mística, religiosa, ou ao acaso, daquilo que não é visível aos nossos olhos, que não possui um sentido lógico.


Por exemplo: Uma pessoa relata sentir um mal estar, um desejo de afastamento relacionado a uma outra que acabou de conhecer, e afirma: - "Esta pessoa tem uma energia ruím, uma carga pesada. Me senti mal. Queria sair de perto.".Imediatamente identifica este mal no outro, e consequentemente reage com a evitação, acreditando assim, estar se protegendo de algo ruím com a exclusão deste contato. Mas este mal, na verdade, pode pertencer também a própria pessoa  que teceu a afirmação, não resolvendo assim, o movimento de distanciamento.


Com a psicanálise podemos nos apossar destes sentimentos tão estranhos (inconscientes) e portanto tão rejeitados, mas que nos contém, e que nos acompanharão por onde formos, querendo ou não, evitando ou não. Quando os reconhecemos somos capazes de dominá-los, de controlá-los e com isto conseguimos lidar e viver em melhor harmonia com eles, ou seja, com nós mesmos.

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