Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Criança Possessiva:

Por volta de um ano de idade, ou até antes, a criança torna-se possessiva perante os seus brinquedos, seus objetos, seus pais. A mãe, ou pai, ou avó, ou avô, enfim, um cuidador responsável torna-se como sua propriedade, do imperador o bebê. Este tem todo o direito, a exclusividade perante o outro e seus pertences nos quais são intocáveis, proibidos de serem administrados ou acarinhados por qualquer ser "extra ambiente familiar".


Existem crianças mais outras menos ditas "possessivas", umas reclamarão muito chegando à beira do desespero; outras já nem tanto, e existem aquelas que são indiferentes. Quando há uma reunião de crianças da mesma faixa etária, com brinquedos sabe-se que a monotonia, a tranquilidade acabou, pois não só o seu brinquedo é motivo de conflito, mas também o brinquedo do colega transforma em seu próprio objeto de consumo e desejo. Em seu mundo infantil este desejo alcança o universo real do bebê, ou seja, agora faz parte da sua propriedade.


Há aquela situação de um brinquedo sem muito interesse para a criança, que ao perceber a motivação de outra criança por ele, é imediatamente cobiçado pela primeira criança que o ignorava até então. Se refletirmos sobre esta situação perceberemos que se mantém no decorrer do desenvolvimento humano, ou melhor dizendo, " o jardim do vizinho é mais florido, mais bonito do que o nosso.", portanto desvalorizamos algumas das vezes as nossas conquistas, ou ganhos, pela fixação no outro supervalorizado.


A expressão manifesta do sentimento, do comportamento do bebê entendido por nós como egoísmo, posse, ou inveja, é o seu recurso para a comunicação e  interação com o meio externo. No início ele busca lidar com a existência de um outro além dele próprio protegendo os seus valores deste ambiente hostil e destruidor em sua visão, para assim, com o contínuo da convivência ir estabelecendo relação, proximidade, segurança. A criança aprende e reconhece que pode confiar neste mundo, pois ele também pode ser amável, amistoso e cuidadoso com ela.

 

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