Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Tolerância de Mãe:

Talvez por isto é que também denominamos o amor de mãe como incondicional, devido as suas tolerâncias, a sua capacidade de saber esperar, de aceitar frustrações, de posicionar o amor acima de tudo perante o filho. "A mãe sempre perdoa." Quem nunca decepcionou a mãe? Ou no calor de uma briga usou palavras duras, frias, de rejeição? Não somos perfeitos, estamos constantemente errando e aprendendo, em constante mudança e desenvolvimento.



Freud em sua época acreditava que a menina já vinha com uma marca instiuída para casar e constituir uma família. Esta marca composta de uma carga filogenética e também cultural, educacional. Em parte ele tinha razão,  principalmente, em sua época com pouca manifestação feminista. Poucas mulheres trabalhavam, estudavam, e conseguiam atingir uma independência. Desde criança havia uma distinção de educação da menina para o menino. A menina era meiga, prendada nos afazeres domésticos, ajudava a mãe no lar. O menino, já devia sair na rua, brincar de bola, expressar abertamente a sua força, a "agressividade" e depois conhecer as mulheres, perder a virgindade.


Enfim, os tempos mudaram..... ou melhor, um pouco, não completamente. Pois ainda é reconhecido nas famílias, mães que gerenciam o lar, o filho, o marido, a casa e até, quando possível, a sua vida e o seu trabalho. Mães que funcionam de forma mais complacente, compreensiva, mais tolerante do que os pais. Talvez esta composição familiar esteja em declínio, já que há situações que o pai é a figura mais amorosa, mais carinhosa, cuidadora e tolerante. Mas em pleno século XXI, ainda nos deparamos com aquela família "matriarcal".


Parece também que gostamos de alguma forma desta tolerância materna, estendendo-a às nossas outras relações, quando perdemos o limite, o cuidado com o outro, o respeito, assim quando éramos crianças e que o "mundo- mãe" existia para nos servir e nos suportar.


Uma tolerância é necessária principalmente com a criança pequena em desenvolvimento, diferentemente de superproteção, entendido na verdade, como uma falta de tolerância em lidar com situações consideradas difíceis e que requerem mais empenho e dedicação da parte dos cuidadores.


Um exemplo que acredito ser  de tolerância, é o fato dos filhos insistirem em dormir com os pais. Pode haver a crença de que os pais são tolerantes por permitirem a entrada do filho em sua cama, por acreditarem na idéia de ser uma fase e que portanto logo passará, assim como algo, dito "genético", como os dentes de leite que nascem e morrem para a entrada dos definitivos. Pode ser, e em alguns casos, é assim que ocorre, sem desenvolver nenhum prejuízo futuro à criança.


Mas nem sempre este movimento de buscar dormir com os pais tem este significado "genético", e portanto cessará com o desenvolvimento da criança. Há também um significado emocional, psicológico neste ato do dormir. Mas para isto necessita de uma tolerância da mãe, ou do pai em entender e acolher este movimento do filho. Tolerância em trabalhar isto e ajudá-lo na sua dificuldade ou insegurança, medo que a criança vivencia em suas fantasias.




Portanto, conversar, incentivar a criança a criar um espaço próprio, diferenciado dos pais, um espaço único, como encontra na aquisição de um quarto próprio, de uma cama, com seus brinquedos. A ssim como os pais também têm e precisam construir um espaço deles. Mas havendo no decorrer do dia um momento, um espaço de todos se juntarem, se unirem.


Mas para tal, a mãe precisa ser verdadeiramente tolerante, educando, apoiando, entendendo, conversando, amando, protegendo, oferecendo segurança. Tolerante também e principalmente com seus próprios medos, inseguranças, ansiedades que a maternidade gera e se apresenta constantemente em cada etapa do desenvolvimento da criança.

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