Quando um casamento se extingue com filhos envolvidos, gera muito sofrimento para todos e principalmente muita culpa de um dos genitores que sai de casa. Este normalmente, o pai, leva uma bagagem nas costas de uma culpa pela ausência, pelo afastamento, sofrimento, e medo da perda do amor em relação ao filho(s). A mãe, ressentida, magoada, ferida, e culpada (pode ser inconscientemente) também.
Há o início de uma batalha emocional e jurídica pelos direitos financeiros, dos bens adquiridos, pela guarda dos filhos, pelo constrangimento gerado, pelos anos dedicados na relação, pela maternidade, enfim, uma disputa, na verdade, referida ao ego ferido, ao amor oferecido, a perda da sua individualidade, do seu narcisismo abandonado, renegado por tanto tempo prestado.
O sofrimento na maioria dos casos, não refere aos filhos (apesar de sofrerem também o sofrimentos dos pais), mas apenas aos próprios pais, uma disputa pessoal, estipulada, armada, sendo aqueles verdadeiramente prejudicados e vítimas desta batalha traçada. Devido ao número considerável destes casos, a justiça criou a lei da alienação parental condenando a um dos genitores ou ambos que participam o filho neste conflito de interesses, através de um jogo psicológico de insegurança, revolta, de tomada de escolha de um dos lados envolvidos, ou seja, o pai, ou a mãe.
Nestes casos, ocorre realmente um sofrimento enorme para a criança que amando e desejando os pais, precisa optar por um deles, para não perder nenhum, pois a referência familiar já se desfez nesta briga. A própria separação cria uma fantasia de perda do amor do genitor que sai de casa, sendo necessário uma conversa prévia com a criança evitando este sentimento de abandono.
A separação, em muitas das vezes, é necessária e saudável que ocorra para o bem estar dos pais e do filho envolvido. Um lar em conflito, com pouco afeto, não é um ambiente adequado para criar bem uma criança. Portanto a separação pode ser uma alternativa viável de uma qualidade de vida quando bem digerido e encaminhado pelos envolvidos, tanto o pai quanto a mãe.
Pais separados não é sinônimo de filhos problemáticos, pois a problemática que gera é em torno do processo da separação e não o fato em si consumado. Pelo contrário percebe-se que há muitos filhos conturbados de famílias que não se desfizeram, pelo menos fisicamente falando, mas hove a perda do afeto, do vínculo, da cumplicidade, da relação. Principalmente desta na qual o casal se denomina "papai e mamãe" na relação entre eles, ou seja, não há um homem e nem uma mulher que se envolvem intimamente.
Não precisa haver a perda da referência familiar pela separação, já que ainda existe um pai, uma mãe, e filho(s), além dos avós, dos tios, primos, amigos. O que rompeu foi a relação afetiva, conjugal entre dois indivíduos, em prol de uma reconstrução pessoal de vida, ou não. A família se reconstrói também, com mais um lar, ou uma madastra, padastro, irmãos, ou seja com MAIS podendo ser amor, carinho, afeto, união, brinquedos, aprendizagem, conhecimento, para a criança.
Pais que residem em casas distintas, que não se envolvem amorosamente um com o outro, que podem inclusive não ser amigos, que estão em outra relação, mas não deixam de ser pais. Este título e vínculo não se rompe, não se desfaz como ocorre com, a ex-mulher,o ex-marido, mas não, o ex-filho(a). Não há mais a comunicação entre o marido e a esposa, mas entre o pai e a mãe responsáveis e dedicados com a saúde e o melhor desenvolvimento emocional do seu filho neste momento de mudança na vida de todos.
Bem Vindo
Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.
Mostrando postagens com marcador separação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador separação. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 5 de julho de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
A Primeira Separação:
Surge a primeira dentição e automaticamente com ela o indício da separação deste vínculo primitivo e simbiótico mãe- bebê. Introdução de um novo alimento além do leite materno, ampliando o horizonte do bebê, apresentando novas possibilidades de vida "além mãe".
Esta nova etapa pode acarretar num vislumbramento e interessante do novo, assim como um assustador e ameaçador novo que afastará e romperá completamente a minha ligação amorosa com minha mãe ou com o meu filho. Assim expressa-se em bebês que recusam fervorosamente a papinha, ou o suco se alimentando impreterivelmente do leite e apenas; até bebês que vivem a dificuldade da mudança, mas conseguindo aceitá-la de bom grado se alimentam também do leite e não exclusivamente dele.
A vivência da perda surge inicialmente nas mães que transmitem o seu medo, sua angústia aos seus bebês, descodificando desta forma: " se aceita outro alimento, se afasta de mim, irá me perder, não seremos mais um único indivíduo, mas sim, dois sujeitos distintos." Este código não falado é absorvido pelo bebê que sente empaticamente o sofrimento da mãe resistindo a mudança, ao novo, sinônimo do crescer.
No início do oferecimento da papinha pode ocorrer uma certa recusa, já que há uma quebra da rotina, do conhecido, além do paladar já estar habituado. Portanto a mãe precisa ter paciência, carinho e compreensão em não desistir na primeira tentativa e/ou não insistir demasiado. Pode não ser na segunda e nem na terceira tentativa, entendendo por estar refém do bebê, ou seja, só o seu leite é bom e suficiente, ou então o oposto, ele não irá crescer o suficiente, não se desenvolverá por estar restrito ao leite sem contar com outras fontes de proteínas e vitaminas. Tanto a desistência como a persistência são sinônimos de incapacidade, de intolerância, de angústia pelo enfrentamento do desconhecido.
Saber respeitar o tempo que o seu bebê possue para aceitar o novo, tolerar a sua expectativa diante da situação, coordenar a sua ansiedade e angústia, é oferecer apoio e amor ao seu filho. Lembre-se que o enfrentamento do "corte do cordão umbilical", da separação, precisa ser vencido primeiramente por nós, mães que criamos condições de reasseguramento da manutenção do vínculo, do afeto, da proteção para o nosso bebê. Sem esta transmissão de segurança dificilmente conseguirá que o bebê se desvincule totalmente de você aceitando o novo e consequentemente crescendo.
Esta nova etapa pode acarretar num vislumbramento e interessante do novo, assim como um assustador e ameaçador novo que afastará e romperá completamente a minha ligação amorosa com minha mãe ou com o meu filho. Assim expressa-se em bebês que recusam fervorosamente a papinha, ou o suco se alimentando impreterivelmente do leite e apenas; até bebês que vivem a dificuldade da mudança, mas conseguindo aceitá-la de bom grado se alimentam também do leite e não exclusivamente dele.
A vivência da perda surge inicialmente nas mães que transmitem o seu medo, sua angústia aos seus bebês, descodificando desta forma: " se aceita outro alimento, se afasta de mim, irá me perder, não seremos mais um único indivíduo, mas sim, dois sujeitos distintos." Este código não falado é absorvido pelo bebê que sente empaticamente o sofrimento da mãe resistindo a mudança, ao novo, sinônimo do crescer.
No início do oferecimento da papinha pode ocorrer uma certa recusa, já que há uma quebra da rotina, do conhecido, além do paladar já estar habituado. Portanto a mãe precisa ter paciência, carinho e compreensão em não desistir na primeira tentativa e/ou não insistir demasiado. Pode não ser na segunda e nem na terceira tentativa, entendendo por estar refém do bebê, ou seja, só o seu leite é bom e suficiente, ou então o oposto, ele não irá crescer o suficiente, não se desenvolverá por estar restrito ao leite sem contar com outras fontes de proteínas e vitaminas. Tanto a desistência como a persistência são sinônimos de incapacidade, de intolerância, de angústia pelo enfrentamento do desconhecido.
Saber respeitar o tempo que o seu bebê possue para aceitar o novo, tolerar a sua expectativa diante da situação, coordenar a sua ansiedade e angústia, é oferecer apoio e amor ao seu filho. Lembre-se que o enfrentamento do "corte do cordão umbilical", da separação, precisa ser vencido primeiramente por nós, mães que criamos condições de reasseguramento da manutenção do vínculo, do afeto, da proteção para o nosso bebê. Sem esta transmissão de segurança dificilmente conseguirá que o bebê se desvincule totalmente de você aceitando o novo e consequentemente crescendo.
Assinar:
Postagens (Atom)