Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

terça-feira, 1 de março de 2011

A Primeira Separação:

Surge a primeira dentição e automaticamente com ela o indício da separação deste vínculo primitivo e simbiótico mãe- bebê. Introdução de um novo alimento além do leite materno, ampliando o horizonte do bebê, apresentando novas possibilidades de vida "além mãe".


Esta nova etapa pode acarretar num vislumbramento e interessante do novo, assim como um assustador e ameaçador novo que afastará e romperá completamente a minha ligação amorosa com minha mãe ou com o meu filho. Assim expressa-se em bebês que recusam fervorosamente a papinha, ou o suco se alimentando impreterivelmente do leite e apenas; até bebês que vivem a dificuldade da mudança, mas conseguindo aceitá-la de bom grado se alimentam também do leite e não exclusivamente dele.


A vivência da perda surge inicialmente nas mães que transmitem o seu medo, sua angústia aos seus bebês, descodificando desta forma: " se aceita outro alimento, se afasta de mim, irá me perder, não seremos mais um único indivíduo, mas sim, dois sujeitos distintos." Este código não falado é absorvido pelo bebê que sente empaticamente o sofrimento da mãe resistindo a mudança, ao novo, sinônimo do crescer.


No início do oferecimento da papinha pode ocorrer uma certa recusa, já que há uma quebra da rotina, do conhecido, além do paladar já estar habituado. Portanto a mãe precisa ter paciência, carinho e compreensão em não desistir na primeira tentativa e/ou não insistir demasiado. Pode não ser na segunda e nem na terceira tentativa, entendendo por estar refém do bebê, ou seja, só o seu leite é bom e suficiente, ou então o oposto, ele não irá crescer o suficiente, não se desenvolverá por estar restrito ao leite sem contar com outras fontes de proteínas e vitaminas. Tanto a desistência como a persistência são sinônimos de incapacidade, de intolerância, de angústia pelo enfrentamento do desconhecido.






Saber respeitar o tempo que o seu bebê possue para aceitar o novo, tolerar a sua expectativa diante da situação, coordenar a sua ansiedade e angústia, é oferecer apoio e amor ao seu filho. Lembre-se que o enfrentamento do "corte do cordão umbilical", da separação, precisa ser vencido primeiramente por nós, mães que criamos condições de reasseguramento da manutenção do vínculo, do afeto, da proteção para o nosso bebê. Sem esta transmissão de segurança dificilmente conseguirá que o bebê se desvincule totalmente de você aceitando o novo e consequentemente crescendo.

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