Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

terça-feira, 22 de março de 2011

Limites:

O limite é imprescendível em nossas vidas, pois ele controla os nossos impulsos, instintos mais primitivos inerentes. Se não houvesse regras, normas que limitam o ser humano seria ordenado num imenso caos desorganizado, desestruturado, possivelmente sem um núcleo familiar saudável, já que não existiria o tabu do incesto, ou seja, pai casaria com filha, filho com a própria mãe e assim em diante.


Desde muito cedo, o bebê também necessita de contenção, de limite para a manutenção do seu bem estar tanto físico quanto emocional, onde o papel da mãe é precursor e facilitador para tal. Quando o bebê amplia a sua presença no mundo adquirindo amadurecimento fisiológico, como no engatinhar, entra em cena a mãe colaborando em criar um espaço possível e limitadamente seguro para a expansão deste desenvolvimento. Nesta situação a segurança física do filho é a preocupação primordial.


Além da segurança física, existe a segurança emocional que também é adquirida com a colaboração do limite. Neste caso funciona como fortalecendo o sentimento de estar protegido, ser amparado, estar sendo acompanhado por um outro que ama, que acolhe, que segura. Um colo, um abraço em momentos de choro compulsivo, em momentos de angústia, são atos que contém, que limitam o pavor sentido pelo contato com um mundo estranho, desconhecido, pelo medo da solidão, medo da perda, e a intuição da mãe contribuirá para este entendimento no momento.


O ato de educar também significa limitar, conter, o que ocorre desde a tenra idade, ou seja, a partir do quinto, sexto mês de vida do bebê aproximadamente. Ao pegar um objeto danoso a sua saúde, a mãe impede, tirando de sua mão, ou até mesmo dificultando o seu acesso. O bebê reage, se desespera, mas se oferece um brinquedo em troca, logo se interessará por este abandonando aquele.


 A postura com o filho nesta fase será sempre de troca, buscando descobrir outros objetos novos e interessantes tanto quanto, amenizando a sua angústia pela perda do objeto antigo ao mesmo tempo que aguça a sua curiosidade. Assim como falar em tom mais sério, não significa mais alto, mas firme reafirmando a sua desaprovação da sua desobediência, evitar de comparar o seu filho com outras crianças para ele, ou utilizar adjetivos como isto é feio, ou isto é bonito, por gerar uma competição e comparação podendo afetar mais tarde a sua auto-estima.


O castigo também refere-se ao educar, um repressor dos atos impulsivos do aspecto narcísico e onipotente do bebê. Este compreende e muitas vezes solicita ser repreendido, ou melhor, ser contido pela mãe. O  filho torna-se manhoso, desobediente testando a mãe, enfrentando-a, como forma de requerer valer a confirmação do seu amor incondicional por ele, é como se estivesse falando: "Quero ter certeza se me ama de verdade, se vai me aguentar, ter paciência, não vai me abandonar. " O limite entra como um reforço do amor da mãe pelo filho dentro de um contexto coerente, adequado, uma forma de socializar, de ajudá-lo a ser pertencente de uma sociedade que também é regida por leis, por normas que precisamos muitas vezes nos adequar.


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