Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Separação Total:

Mais uma separação acontece na relação mãe e bebê pela árdua decisão em optar por uma creche devido ao  retorno da vida profissional. Uma angústia invade o mundo da mãe por sentir culpa em abandonar o filho, já que a "mãe ideal" tem o dever em permanecer unicamente na maternagem.


Uma mudança na rotina será estabelecida com a introdução de um novo espaço, com crianças, pessoas estranhas ao convívio do bebê e da mãe. A relação dual, exclusiva, única e imprescendível até então, se amplia com esta situação atual. Uma sensação de distanciamento e vazio toma conta do universo interno da  mãe que acredita estar perdendo o seu lugar, o seu amor, a sua importância e reage defendendo o que é seu por direito.


Esta situação provoca interferência e resistência por parte da criança em aceitar a aproximação e o vínculo com o outro, se opondo em alto grau a permanência no espaço educacional dificultando a sua adaptação. Muitas das vezes, a resistência, o estranhamento, pela nova situação é compreensível precisando de um período de costume para o bebê e mãe também.


Deixar o filho crescer é não ser mais exclusiva em sua vida, não tê-lo mais permanentemente ao seu lado dia e noite como uma unidade, necessário no período inicial de sua vida. Abrir mão do seu egoísmo, do seu controle é amá-lo incondicionalmente. Portanto haverá alterações tanto físicas quanto psíquicas na criança que também compartilha do medo de ser abandonada e perder a mãe.


Pode ocorrer alteração no sono, acordando com frequencia à noite como forma de reasseguramento da presença da mãe, recusa ao comer, as vezes até o alimento que mais lhe agradava, alterações gastrointestinais, constantes resfriados seguidos por febre. Pretende-se ter em mente que faz parte de uma fase, de uma reorganização no mundo interno do bebê pelo enfrentamento da realidade imposta, e que portante tem o seu fim.


Mais uma vez a mãe "suficientemente boa" será a que com sua intuição, tolerância e entendimento fornecerá apoio e segurança ao seu filho acolhendo suas angústias e medos, ajudando o seu desenvolvimento, possibilitando ser e estar no mundo. Criar condições de independência e autonomia ao filho é estar presente, próxima é ser uma boa mãe.




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