Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Mente e o Corpo:

Costumamos separar a mente do corpo, acreditando serem dois organismos distintos e incomunicáveis entre si. Em contraposição falamos de cansaço quando queremos realmente dizer angústia, ansiedade ou depressão. Existem outros termos que recorremos ao corpo quando sentimos algo, como por exemplo: "Fulano é feio que dói!", ou "Estou morta de fome!", "sinto um aperto no coração. Que vazio que sinto dentro de mim".


Inconscientemente estamos frequentemente utilizando o corpo para retratar um estado psíquico, mental, um sofrimento. Desde que nascemos, o corpo está entrelaçado à mente, sendo inviável a vivência de um sem o outro. O bebê com o seu desenvolvimento físico em concomitância com o mental. O choro é uma reação física de que o mental está frágil necessitando de apoio, de suporte. Portanto, a cólica também pode ser facilitada pelo desespero do bebê em se sentir abandonado pela mãe.


Não existe apenas o mental, assim como não é só o orgânico. As doenças podem estar inseridas a fatores hereditários, genéticos, mas é fato que não há uma regra para se desenvolverem num indivíduo. Muitas vezes, o encadeamento de uma doença é manifestada no momento em que o indivíduo mais ignora, ou nega a existência de uma mente, de sentimentos, ou que seja, de um inconsciente.

Há também aqueles casos de pessoas muito "saudáveis", que raramente sentem até uma dor de cabeça, e se vangloriam deste feito. "Quando um indivíduo goza de boa saúde, naturalmente nenhuma dor se apresenta a ele. Mas a própria ausência de sofrimento pode ser enganosa. Para alguns indivíduos, qualquer representação de sofrimento afetivo, ou do próprio sofrimento físico, é negada e a seguir recalcada, ou mesmo recusada e destruída. A dor passa a inexistir. Essa ausência conduzirá o sujeito a disfunções psíquicas e somáticas importantes,.....". (Joyce Mc. Dougall).


Estes indivíduos aparentemente saudáveis em algum momento de suas vidas acabam por adquirir uma doença grave, séria, necessitando de cuidado extremado, podendo até ocasionar o seu falecimento. Quem não viveu ou teve contato com casos assim? Como aquela pessoa que de repente vem a óbito devido a um enfarto ou um derrame.


Existe o código genético, a predisposição, mas se o indivíduo estivesse conectado com a sua mente, com a sua emoção, será que tais situações não poderiam ser evitadas? A psicossomática vem para atentar a importância da saúde mental visando a orgânica e vice-versa.


Em vez de ingerir medicação, como um antidepressivo por exemplo, para a queixa de cansaço, o ouvir,  oferecer a escuta, a atenção devida, o apoio, a fala, pode propiciar uma melhora desta condição sem a intervenção da droga. Mas há situações que a medicação é precisa e pontual na contribuição do estado mental também.


Precisamos entender, ou melhor reconhecer que somos humanos, compostos por um mecanismo físico complexo, mas mental também. Que muitas manifestações físicas são pedidos de socorro do estado mental fragilizado, sofrido, que busca atenção, apoio, escuta.

3 comentários:

  1. Oláa. Bom texto. Estou seguindo seu Blog, o meu é http://umolharpsicologico.blogspot.com/
    add lá ! abraço

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  2. Concordo com seu texto! Mente sã, corpo são...
    Beijos,
    Roberta

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  3. Dois artigos maravilhosos! Tudo a ver com a realidade... Acredito que todos nós sem exceção alguma em algum momento estaremos neste contexto! no mundo de hoje, falta coragem para muitas pessoas assumirem o compromisso com o seu próprio viver e para com a formação/vida dos seus descendentes.
    Francisco

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